Os pedidos de recuperação judicial no Brasil devem ultrapassar a marca de 3 mil em 2025, segundo projeção da SWOT Global Consulting, consultoria especializada em perícia econômico-financeira e estratégica. O país registrou um recorde histórico entre 2024 e 2025: somente em 2024 foram 2.273 pedidos, o maior volume desde o início da série histórica, em 2006 — um aumento de 61,8% em relação ao ano anterior.
Esse cenário reflete as dificuldades financeiras enfrentadas por empresas de todos os portes, que buscam na recuperação judicial uma alternativa para reorganizar dívidas e evitar a falência. Embora esse seja um importante mecanismo legal de proteção, muitos processos acabam fracassando — e, na maioria das vezes, não por falta de oportunidade, mas por erros cometidos ao longo do caminho.
Neste conteúdo, a MGC Capital aponta os principais erros que comprometem o sucesso da recuperação judicial e apresenta caminhos estratégicos para evitá-los e garantir uma reestruturação sólida e sustentável.
O que é recuperação judicial e como ela ajuda a evitar a falência
A recuperação judicial, prevista na Lei nº 11.101/2005, é um processo legal para que empresas em crise financeira renegociem suas dívidas e reorganizem suas operações com o objetivo de evitar a falência.
Durante o processo, a empresa apresenta aos credores um plano de recuperação judicial demonstrando como pretende restabelecer sua capacidade de pagamento e voltar a operar de forma sustentável. O plano pode incluir renegociação de valores, prazos e juros, venda de ativos, ajustes operacionais e até mudanças na estrutura societária.
Mais do que uma etapa jurídica, a recuperação judicial é uma estratégia de sobrevivência e reconstrução, que exige planejamento e acompanhamento especializado para garantir resultados duradouros.
Por que o plano de recuperação judicial é decisivo
O plano de recuperação judicial é o eixo central de todo o processo. É nele que a empresa detalha as medidas que tenciona adotar para reorganizar suas finanças, retomar o equilíbrio operacional e reconquistar a confiança do mercado. Esse documento deve ser completo, realista e fundamentado em dados, demostrando aos credores que a companhia tem condições de superar a crise.
Exemplos práticos ajudam a entender sua importância:
- Uma indústria pode propor vender máquinas ociosas, modernizar a produção e alongar prazos com fornecedores.
- Um comércio pode revisar contratos de aluguel, reduzir estoques e renegociar prazos de pagamento.
- Uma startup pode incluir a entrada de novos investidores e a reorganização de seu modelo de negócio.
O plano de recuperação deve conter metas claras e objetivas que a empresa se propõe alcançar durante o processo. Essas metas devem ser realistas e alinhadas com a capacidade da empresa de gerar receita e reduzir custos. Além disso, é importante estabelecer um cronograma para alcançar cada uma dessas metas.
A qualidade e a credibilidade desse plano são condições cruciais. Um documento mal elaborado pode levar à sua rejeição pelos credores e à consequente convolação em falência.
Cenário brasileiro de empresas em recuperação judicial
O cenário econômico complexo enfrentado pelo Brasil nos últimos anos tem impactado diretamente a capacidade operacional e financeira das organizações. A alta nos custos operacionais, o crédito mais caro e o desaquecimento do consumo pressionaram o caixa de milhares de negócios.
Desde 2023, o País tem assistido a uma verdadeira onda de pedidos de recuperação judicial. Empresas de variados portes e segmentos recorrem cada vez mais a essa ferramenta para superar crises financeiras e evitar a falência. De acordo com levantamentos recentes, as micro, pequenas e médias empresas são as mais impactadas, representando mais de 80% dos pedidos de recuperação judicial registrados em 2024.
Já em 2025, o número de pedidos de recuperação judicial no Brasil deve ultrapassar a marca de 3 mil, segundo projeção da SWOT Global Consulting, especializada em perícia econômico-financeira e estratégica.
Setores como o varejo, indústria, construção civil e serviços foram particularmente afetados, resultando em um número crescente de empresas que buscam proteção judicial para reestruturar suas operações e suas dívidas.

O cenário revela que a recuperação judicial tem se consolidado como uma ferramenta essencial para a sobrevivência das empresas, mas também reforça a necessidade de planejamento, gestão estratégica e apoio técnico especializado para que o processo alcance seus objetivos.
Sem uma condução adequada, o que deveria representar uma oportunidade de reestruturação pode se transformar em uma nova fonte de instabilidade e risco de falência.
Os 5 principais erros que comprometem a recuperação judicial
Mesmo com uma boa estrutura jurídica, muitos processos de recuperação judicial fracassam por erros estratégicos e de execução. Veja a seguir os erros mais comuns e como evitá-los.
1. Falta de diagnóstico financeiro e controle de fluxo de caixa
O primeiro erro é tentar reestruturar uma empresa sem compreender sua real situação financeira. Sem um diagnóstico claro, não há base sólida para tomada de decisão.
É fundamental mapear todas as dívidas, avaliar ativos e passivos, projetar fluxos de caixa futuros e identificar custos que podem ser reduzidos. Com essas informações organizadas, a empresa consegue definir prioridades, ajustar prazos e criar um plano de recuperação coerente com sua capacidade financeira.
Empresas que contornam essa etapa costumam propor acordos inviáveis — e acabam perdendo credibilidade perante os credores.
2. Falta de planejamento estratégico integrado à recuperação judicial
Outro erro comum é tratar a recuperação judicial apenas como um processo jurídico, quando ela é, na verdade, um projeto empresarial de reestruturação.
Um planejamento eficiente deve envolver todas as áreas — financeira, operacional, jurídica, comercial e administrativa. Ferramentas como matrizes SWOT, indicadores de desempenho (KPIs) e projeções financeiras realistas ajudam a manter o foco e o alinhamento entre os times.
Empresas que não integram sua gestão à estratégia de recuperação tendem a se perder entre metas desconectadas e ações descoordenadas.
3. Comunicação ineficiente com credores e stakeholders
A transparência é essencial para conquistar a confiança dos credores. Quando a comunicação é falha ou inexistente, as chances de o plano ser rejeitado aumentam consideravelmente.
Manter um canal de diálogo constante com credores, fornecedores e colaboradores ajuda a demonstrar comprometimento. Enviar relatórios periódicos, prestar contas e cumprir prazos fortalece a credibilidade da empresa e reduz resistências nas negociações.
4. Falhas na governança corporativa e na gestão
Muitas empresas entram em recuperação judicial justamente por problemas de gestão e de falta de governança — e repetem esses erros durante o processo.
Implantar boas práticas de governança corporativa é essencial: definir papéis claros na administração, adotar controles internos, promover transparência e profissionalizar a tomada de decisões. Uma gestão sólida aumenta a confiança do mercado e dá suporte ao cumprimento do plano de reestruturação.
5. Tentar conduzir o processo sem apoio de especialistas
Por ser um processo jurídico e financeiro complexo, a recuperação judicial exige conhecimento técnico multidisciplinar. Tentar conduzi-la internamente, sem assessoria especializada, é um dos erros mais graves e comuns.
Contar com o suporte de consultores financeiros e jurídicos experientes, como a equipe da MGC Capital, pode ser essencial para estruturar um plano viável, negociar com credores e garantir conformidade com a lei. O apoio de profissionais qualificados pode ser o diferencial entre um processo bem-sucedido e a falência.
Como evitar esses erros e garantir uma recuperação judicial bem-sucedida
Evitar erros durante o processo de recuperação judicial exige uma abordagem integrada e estratégica, que envolva análise financeira detalhada, reestruturação operacional eficaz e renegociação criteriosa de dívidas e contratos.
A seguir, destacam-se as principais estratégias que contribuem para o sucesso e a sustentabilidade do processo.
– Diagnóstico financeiro e reestruturação operacional
Antes da elaboração do plano de recuperação judicial, é essencial executar um diagnóstico financeiro minucioso, avaliando dívidas, ativos, passivos e as causas estruturais da crise.
Essa análise possibilita uma visão precisa da situação da empresa e permite desenvolver estratégias assertivas e compatíveis com a realidade do negócio.
A reestruturação operacional é outro pilar essencial do processo, voltada a tornar a empresa mais eficiente, enxuta e competitiva. Isso pode incluir a redução de custos, a venda de ativos não essenciais, a revisão de processos produtivos e a readequação da força de trabalho.
O objetivo é ajustar as operações à nova realidade financeira e garantir sustentabilidade ao processo no médio e longo prazo.
Etapas que devem ser avaliadas:
- Revisão de processos e cadeia de suprimentos;
- Automação e inovação tecnológica;
- Redução de despesas administrativas;
- Reavaliação de contratos e fornecedores;
- Venda de ativos ociosos ou não essenciais.
– Renegociação de dívidas e contratos
A renegociação de dívidas é a espinha dorsal de qualquer recuperação judicial.
Ela pode envolver extensão de prazos, redução de juros, perdão parcial de débitos ou conversão de dívidas em capital.
Manter um diálogo transparente e constante com os credores é fundamental para conquistar apoio, reduzir resistências e viabilizar acordos equilibrados.
A renegociação de contratos também é crucial, especialmente quando as condições estabelecidas antes da crise se tornaram inviáveis. Ajustar prazos, valores e obrigações permite melhorar o fluxo de caixa e recuperar a capacidade operacional da empresa.
Principais benefícios da renegociação:
- Melhora do fluxo de caixa;
- Evita a execução de garantias e penhoras;
- Reforça o relacionamento com credores e fornecedores.
O suporte jurídico e financeiro especializado é indispensável para conduzir negociações produtivas e garantir que os acordos sejam sustentáveis, equilibrados e benéficos para ambas as partes.
– Redução de custos operacionais e gestão de fluxo de caixa
A redução de custos operacionais é um passo decisivo para o sucesso da recuperação judicial.
Mais do que cortar despesas, trata-se de otimizar recursos, aprimorar processos e aumentar a eficiência.
Medidas como automação de tarefas, aplicação de metodologias enxutas , revisão de contratos e controle rigoroso de gastos gerais podem gerar ganhos expressivos de liquidez e estabilidade financeira.
Exemplos de ações práticas:
- Renegociar contratos com fornecedores, buscando melhores condições comerciais;
- Implementar automação em processos repetitivos;
- Eliminar gastos supérfluos e adotar medidas de economia de energia e insumos;
- Redimensionar equipes e avaliar terceirizações estratégicas.
Essas ações, quando bem coordenadas, fortalecem o caixa e dão à empresa o fôlego necessário para cumprir o plano de recuperação e retomar o crescimento de forma sustentável.
– Governança corporativa e transparência
Adotar uma postura proativa com foco em governança, transparência e viabilidade financeira é essencial para restaurar a credibilidade da empresa junto aos credores, investidores e ao mercado.
Isso inclui criar mecanismos internos de controle, auditoria e comunicação, que assegurem clareza nas decisões, cumprimento das metas e integridade das informações financeiras.
Boas práticas de governança corporativa fortalecem a confiança nas lideranças, melhoram o processo decisório e contribuem para que a recuperação judicial se converta em um verdadeiro processo de transformação e retomada sustentável.
Como a MGC Capital pode ajudar sua empresa na recuperação judicial
Por se tratar de um processo jurídico complexo, a recuperação judicial requer conhecimento altamente especializado. Esse processo pode incluir uma completa reavaliação de práticas financeiras, administrativas e de abordagem do mercado.
Por isso, é fundamental contar com organizações e profissionais especializados e experientes, incluindo consultorias jurídicas e financeiras que apoiem a elaboração de um plano de reestruturação compatível com a realidade e o contexto econômico de cada organização.
Com mais de 9 anos de experiência em reestruturação financeira e recuperação judicial, a MGC Capital atende empresas de todos os portes que passam por situações financeiras complexas.
Com uma abordagem personalizada, nosso time atua de maneira assertiva e dinâmica para reverter cenários de crise e garantir que o negócio continue operando e se fortalecendo ao longo do tempo.
Em muitos casos, a renegociação ou reestruturação das dívidas é um caminho essencial para garantir a viabilidade do negócio. A MGC Capital conta com uma ampla expertise em negociações com credores, buscando condições mais favoráveis para pagamento das obrigações, como prazos alongados, redução de juros e amortizações que caibam no fluxo de caixa da empresa.
Além disso, a MGC Capital oferece assessoria jurídica e financeira para empresas em recuperação judicial, favorecendo a condução eficiente de todo o processo. Saiba mais.
Entre em contato com a MGC Capital e descubra como podemos ajudar sua empresa a transformar a recuperação judicial em uma oportunidade real de retomada e crescimento sustentável.






